(Imagem Prefeitura de Joinville | Reprodução Joinville Informações)
A Secretaria de Assistência Social (SAS) da Prefeitura de Joinville realizou nesta quarta-feira (20), no Auditório da Mitra Diocesana, o 2º Seminário Sobre a População em Situação de Rua. No evento, ocorreu o lançamento e apresentação do Diagnóstico da População em Situação de Rua.
Elaborada pela empresa Qualitest, que venceu a licitação e atuou em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, a pesquisa traz um diagnóstico social e comportamental da população em situação de rua de Joinville.
Segundo Fabiana Cardozo, secretária de Assistência Social, o Diagnóstico da População em Situação de Rua é de extrema importância para subsidiar a elaboração e execução das políticas públicas do município.
“Nos últimos anos, circulam algumas informações equivocadas sobre a população em situação de rua na cidade. Principalmente em relação ao número, que alguns estimam serem milhares de pessoas nessa situação. Agora temos um censo completo, com informações como perfil demográfico, cidadania, indicadores de saúde, trabalho e renda, educação, entre outras informações”, explica a secretária.
Um dos diferenciais do estudo é que ele traz informações referentes ao verão e ao inverno, já que os dados foram coletados em novembro de 2022 e julho de 2023.
No verão, foram contadas 436 pessoas em situação de rua na cidade, sendo 342 (78,45%) nas ruas e 94 (21,6%) nos serviços de acolhimento institucional. Durante o inverno foram 428 pessoas, sendo 258 (60,3%) nas ruas e 170 (39,7%) nos serviços de acolhimento.
Em média, 51,4% dos entrevistados responderam que vieram para Joinville para procurar trabalho, 22,9% acompanhar familiares e 5,7% disseram que estavam apenas de passagem.
A pesquisa mostra que 85,1% da população em situação de rua era do sexo masculino e 14% feminino no verão e 90,4% masculino e 9,3% feminino no inverno. A grande maioria das pessoas em situação de rua eram brasileiras (96,18%). Entre os estrangeiros, o país com mais indivíduos nessa situação era a Venezuela (2,61%).
Entre os brasileiros, 28,8% eram de pessoas nascidas em Joinville e 48% naturais de Santa Catarina. “Nesse quesito, Joinville difere de outras cidades que fizemos pesquisas. No restante do país, é comum vermos que cerca de 60% dos moradores de rua de uma cidade nasceram no próprio município”, afirma o coordenador de pesquisas da Qualitest, Cristiano Ribeiro.
O principal Estado de origem dos que não nasceram em Santa Catarina é o Paraná, de onde vem 22,5% das pessoas em situação de rua em Joinville, seguido por São Paulo (6,9%) e o Rio Grande do Sul (6,3%).
O diagnóstico revela que uma parcela significativa da população em situação de rua em Joinville recorre aos serviços de assistência social: 51,7% dos entrevistados foram atendidos no Centro POP e 36% nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS).
Motivos para estarem na rua
Em média, 59,1% dos entrevistados informaram que foram conflitos familiares que os levaram a estarem em situação de rua, 20,2% dependência do álcool e 17,2% perda de trabalho.
A faixa etária mais representativa é a de 31 a 49 anos, que abrange 41,6% dos entrevistados do censo. As pessoas entre 18 e 30 anos representam 18,9%.
Quanto à permanência em Joinville, 16,87% dos não naturais da cidade estão em situação de rua neste município há mais de cinco anos, 11,65% entre 1 e 3 anos e 10,8% entre 1 semana e 1 mês.
Essas são apenas algumas das informações contidas no diagnóstico da População em Situação de Rua, que em breve estará disponível para consulta no site da Prefeitura.
Além do lançamento Diagnóstico da População em Situação de Rua, o 2º Seminário Sobre a População em Situação de Rua também contou com apresentações sobre os serviços da Prefeitura, como o Centro POP, Secretaria da Saúde e casas de passagem.
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